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Juristas pretendem denunciar o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina

Redação RWTV - Alto Vale


Juristas do Sul do Estado estão elaborando uma representação que será protocolada na Assembleia Legislativa. No documento serão apontadas, segundo entendimento do grupo, ações do delegado-geral Ulisses Gabriel que caracterizam improbidade administrativa e, até mesmo, campanha antecipada, já que ele é pré-candidato a deputado estadual.
Segundo uma fonte, após o documento ser protocolado, será encaminhado para a Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado estadual Jessé Lopes (PL), que, com base na representação, convocará Ulisses para esclarecimentos. Alguns deputados já teriam conhecimento do movimento que está sendo construído.
Acontece que o problema poderá atingir não somente o delegado, mas também o governador Jorginho Mello (PL), que teria sido alertado sobre os supostos atos de Ulisses Gabriel e nada teria feito para mudar a situação. Os alertas partiram do deputado Jessé Lopes e da deputada federal Júlia Zanatta (PL). “Tanto a Júlia quanto o Jessé já teriam comunicado o governador, que se mantém inerte. Ontem mesmo, ele teria sido acionado e segue sem se mexer”, relatou uma fonte.
A omissão de Jorginho Mello poderá levá-lo a ter grandes problemas. Mesmo com a Lei de Improbidade Administrativa prevendo a responsabilização pessoal de quem exerce cargos de comando no governo em casos de suposta improbidade, o fato de qualquer governador ser omisso numa situação em que o delegado-geral comete atos que possam ser vistos como ilegais e abusivos o torna parte de um possível processo de improbidade, que poderá, inclusive, provocar um processo de impeachment.
Quem também foi chamado para barrar os movimentos políticos do delegado é o deputado federal Daniel Freitas (PL). O relato feito para a coluna é que, procurado por Jessé, Freitas teria declinado. “Ele disse que não quer sujar as mãos de sangue, ao se negar a pedir a cabeça de Ulisses para o governador”, relatou.
Já uma fonte ligada ao setor de segurança relatou à coluna que o delegado-geral teria orientado ocupantes de cargos de comando na Polícia Civil a sempre citar o nome do governador Jorginho Mello quando falarem à imprensa. A coluna SC em Pauta está buscando mais detalhes desse relato. Se confirmado, poderá ser visto como promoção pessoal e uso indevido da máquina pública.
O fato é que Ulisses tem sido apontado por ter uma atuação midiática à frente da polícia, com direito a jargão e até mesmo posicionamento político. Os seus movimentos já são vistos como de pré-candidato a deputado estadual. No início do ano, em entrevista ao colega jornalista Denis Luciano, em meio a uma polêmica entre ele e o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ao ser questionado se era pré-candidato, Ulisses negou interesse e disse que sua função é na segurança pública.
Marcelo Lula/SC em Pauta

