Queda na popularidade de Lula anima mercado financeiro
Segundo analistas, o movimento reflete a leitura de que uma queda na aprovação do governo pode reforçar a necessidade de maior responsabilidade fiscal

Maurício Samp

Uma pesquisa realizada pela Atlas Intel para a Bloomberg News mostrou queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto, com a desaprovação chegando a 51%. O resultado, embora politicamente negativo para o governo, acabou sendo bem recebido pelo mercado financeiro, que interpretou os números como um possível freio às pressões por políticas de aumento de gastos públicos.
Logo após a divulgação, o Ibovespa reagiu positivamente, subindo 1% e ficando a menos de 1% de sua máxima histórica, registrada em 140.243 pontos. Já o dólar recuou 0,5%, sendo cotado a R$ 5,40.
Segundo analistas, o movimento reflete a leitura de que uma queda na aprovação do governo pode reforçar a necessidade de maior responsabilidade fiscal, diminuindo o espaço para medidas consideradas de risco, como novos aumentos de impostos ou expansão excessiva de gastos.
A pesquisa mostra que Lula é visto como pior do que Jair Bolsonaro em temas ligados à economia, como responsabilidade fiscal e controle de gastos (46% a 44%) e impostos e carga tributária (48% a 46%). Esses pontos são justamente os mais sensíveis para investidores e contribuem para a percepção de cautela no mercado.
Por outro lado, áreas sociais como direitos humanos, saúde, educação e políticas sociais registram melhor avaliação do atual presidente em relação ao antecessor. No entanto, medidas econômicas recentes, como a taxação de compras internacionais até US$ 50 e o aumento do IOF, foram apontadas pelos entrevistados como os principais erros do governo, ambos com impacto direto na percepção de consumidores e agentes financeiros.
No total, a sondagem ouviu 6.238 pessoas entre os dias 20 e 25 de agosto, com margem de erro de um ponto porcentual.

