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PEC da Segurança propõe mudanças na Constituição e amplia atuação de forças policiais no Brasil
Uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que pode alterar profundamente a forma de se fazer segurança pública no Brasil, foi apresentada na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (8). Conhecida co
Renan Carlos

Uma proposta de emenda à Constituição (PEC), que pode alterar profundamente a forma de se fazer segurança pública no Brasil, foi apresentada na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (8). Conhecida como PEC da Segurança, o texto prevê modificações em pelo menos cinco artigos da Constituição Federal, com foco na integração, padronização e ampliação das atribuições das forças de segurança.
Para ser aprovada, a proposta precisa de, no mínimo, 308 votos favoráveis em dois turnos de votação na Câmara e, depois, segue para o Senado.
Principais mudanças
Entre as alterações mais relevantes, a PEC estabelece diretrizes nacionais para a atuação das polícias e guardas municipais, integrando-as ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp). A medida visa padronizar procedimentos e promover uma atuação conjunta mais eficaz.
A Polícia Federal (PF) terá sua competência ampliada e poderá investigar milícias e crimes ambientais, mesmo sem necessidade de federalização prévia.
A atual Polícia Rodoviária Federal (PRF) passará a se chamar Polícia Viária Federal, com possibilidade de atuação não só em rodovias, mas também em ferrovias e hidrovias, antes atribuídas à Polícia Ferroviária Federal.
Guardas Municipais e autonomia dos estados
Com a aprovação da PEC, Guardas Municipais passam a ter funções de policiamento ostensivo e comunitário, podendo inclusive efetuar prisões em flagrante, formalizando no texto constitucional o entendimento já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Um dos pontos que geram polêmica é o possível impacto sobre a autonomia dos governadores na gestão das Polícias Civil e Militar. A proposta passou por alterações para evitar interpretações que pudessem enfraquecer essa autonomia estadual.
Estrutura atual e financiamento
Hoje, a responsabilidade pelas forças policiais é dividida entre União, estados e municípios. O Governo Federal responde pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal e Polícia Penal Federal. Os estados são responsáveis pelas Polícias Civil, Militar e Penal Estadual. Já os municípios podem criar Guardas Municipais.
A Força Nacional de Segurança Pública, composta por bombeiros, policiais civis, militares e peritos, atua em caráter emergencial mediante solicitação dos governadores.
A PEC também prevê a oficialização do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), garantindo o repasse obrigatório de recursos da União para os estados por meio de convênios, fortalecendo o financiamento do setor.
Próximos passos
O texto segue agora para análise dos deputados e, se aprovado nas duas votações, será encaminhado ao Senado. Caso também receba aprovação no Congresso, a Constituição será alterada, consolidando as novas diretrizes e estruturas para a segurança pública em todo o país.
Informações: Alexia Elias / NSC Total
