Denúncia do MPSC contra vereadora Sueli de Oliveira é aceita pela Justiça
Conforme o Ministério Público, o grupo integrava uma organização criminosa sofisticada, que teria atuado de forma estruturada e reiterada para desviar recursos públicos
Redação RWTV - Alto Vale

A Justiça de Santa Catarina aceitou na última segunda-feira (20), a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina contra a vereadora Sueli de Oliveira que tinha sido apresentada em setembro. A denúncia aponta formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e fraude à licitação em Rio do Sul, onde a vereadora estaria envolvida em esquema com outras pessoas também citadas na denúncia.
Segundo informações obtidas pela Rádio Mirador, após a Justiça aceitar a denúncia do MP, a vereadora foi notificada e tem um prazo de até 10 dias para apresentar sua defesa, data que se encerra na próxima semana. O processo tramita na Vara Estadual de Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. A equipe de reportagem da Rádio Mirador entrou em contato com a vereadora que até o fechamento desta edição, não se posicionou sobre o assunto. O espaço segue aberto.
A denúncia
De acordo com a denúncia do MPSC, nove pessoas teriam se associado de forma consciente e voluntária, com divisão de tarefas, para obter vantagens financeiras por meio de crimes contra a Administração Pública. No documento analisado pela Rádio Mirador, há provas como conversas, fotos e valores que teriam sido desviados, repassados e entregues aos envolvidos. O processo declara que as principais envolvidas eram a vereadora Sueli de Oliveira e a ex-secretária de Saúde, Roberta Hochleitner que utilizava sua influência pelo cargo para nortear as ações do grupo.
Conforme o Ministério Público, o grupo integrava uma organização criminosa sofisticada, que teria atuado de forma estruturada e reiterada para desviar recursos públicos e ocultar a origem ilícita do dinheiro obtido em Rio do Sul. Segundo a denúncia, o esquema envolvia a constituição de empresas em nome de terceiros, conhecidas como “laranjas”, para dificultar o rastreamento da verdadeira titularidade e dar aparência de legalidade às contratações. Além disso, os editais de licitação seriam direcionados e montados de forma a favorecer empresas ligadas ao grupo, por meio de simulação de concorrência e uso de documentos falsos.
A investigação aponta ainda o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos e intermediários, com percentuais que chegariam a 25% sobre o valor contratado, prática que garantiria a manutenção do esquema. O dinheiro obtido era posteriormente lavado, com transferências entre contas, fracionamento de depósitos, saques em espécie e reinserção na economia formal.
Rádio Mirador


