Um ano depois do atentado em Blumenau, pais de vítimas desenvolvem projeto social
Há um ano, quatro crianças foram mortas e outras cinco ficaram feridas em um crime cometido na creche CEI Cantinho Bom Pastor, no bairro Velha, em Blumenau. Regina Maia, mãe de Larissa, Jennifer e Paulo, pais de Bernardo, transformaram essa data em amor com a criação do projeto “Vamos Salvar o Dia”. A proposta busca por justiça, melhoria nas leis, na segurança nas escolas e ajuda às famílias.
Em 2023, um grupo de familiares foi até Brasília com o apoio de políticos catarinenses para formular e entregar um Projeto de Lei com propostas de mudanças e um abaixo-assinado com pedido de enrijecimento da legislação penal. Regina, que esteve na Capital brasileira e conversou com o SCC10, diz que há muitas reivindicações.
Junto das crianças da creche Cantinho Bom Pastor, Bernardo Pabst da Cunha, de 4 anos, segue vivo como livro e como herói. O menino ganhou uma história de superação, amor e esperança no livro “Bernardo, uma estrela brilhante”, que foi lançado neste sábado (6), no Shopping Park Europeu, em Blumenau.
Em páginas ilustradas e alegres, o pequeno herói é homenageado pela autora e sua madrinha Júlia de Souza Machado. O intuito do livro é abraçar as famílias impactadas pelo crime e ajudar professores, pais e crianças que precisam enfrentar o luto.
Os advogados Luís Felipe Obregon e Vanieli Fachini, que representam a grande maioria das famílias das vítimas, são pais de alunos da creche. Eles ressaltam que a comunidade escolar do Cantinho sempre foi muito unida e que o local é considerado um ótimo lugar de ensino, tanto que seus filhos escolheram voltar para a creche.
Quanto ao processo, Obregon explica que no fim do mês de outubro de 2023, a 2ª Vara Criminal de Blumenau determinou que o suspeito fosse levado a júri popular. Ele foi denunciado por quatro homicídios qualificados e cinco tentativas de homicídios qualificados. Todas com qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas e crime contra menores de 14 anos.
Segundo o advogado, a Defensoria Pública, que representa o suspeito, não se opôs à escolha do julgamento, mas sim, ao local onde ele irá acontecer. A defesa alegou que como o fato ocorreu em Blumenau, talvez não haja imparcialidade na decisão dos jurados. Agora os representantes das famílias aguardam pelo parecer do recurso para o agendamento da data do júri, que deve ocorrer nos próximos meses. O Ministério Público de Santa Catarina foi contatado mas não havia retornado até a publicação deste conteúdo.
A creche passou por uma grande reforma para voltar a receber as crianças. Conforme os advogados das famílias e da diretora, como a creche é particular, foram os próprios pais que arrecadaram o dinheiro para as mudanças estruturais, especialmente na área do parquinho, onde tudo aconteceu.
Com informações PORTAL SCC10
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