O Brasil foi responsável por um repasse de 1,2 bilhão de reais do total pago pelo Spotify a artistas em 2023. A informação é um complemento do relatório Loud & Clear, divulgado na última semana pela plataforma, que informou que, no último ano, o serviço de streaming pagou R$ 200 milhões a mais do que os R$ 1 bilhão repassados em 2022.

O número total corresponde a apenas 2,62% dos 9 bilhões de dólares distribuídos pela plataforma a artistas globalmente em 2023. Segundo o relatório, que é publicado anualmente, a quantia paga em 2023 totaliza um montante de de US$ 48 bilhões pagos pelo serviço mundialmente desde o início da contagem, em 2017.

Para Carolina Alzuguir head de relacionamento com artistas e gravadoras do Spotify Brasil, a relação divulgada mostra “a contribuição do Spotify em prol da indústria musical. Mostra que a gente não só tá gerando receitas recordes, mas também tá permitindo que mais artistas partilhem dessa receita”.

Os motivos para celebrar seriam ainda maiores no Brasil: segundo dados do relatório, mais de 70% de todas as receitas geradas por artistas do país no Spotify em 2023 foram de artistas ou gravadoras independentes. O percentual elevaria a média global da mesma categoria, que fica em torno de 50%.

“Não é algo só para artistas mainstream, só para artistas que são maiores e mais consolidados há mais tempo, é realmente para todos os níveis. Mostra o Spotify tá contribuindo positivamente para o sustento de artistas de todos os níveis”, explica Carolina.

É uma informação que acompanha outro dado interessante do report, que dá conta de que, em 2023, os artistas brasilerios foram escutados pela primeira vez 10 bilhões de vezes na plataforma de streaming. “A gente tá comemorando isso o globalmente, mas o Brasil teve um gostinho ainda mais especial”, comemora a head de relacionamentos.

Outros dados positivos para o país, envolvem o crescimento das receitas, que quadruplicaram desde 2018. Desde 2017, o cresciemnto é de de 600%. Há informações ainda sobre o número de artistas brasileiros que geraram mais de R$ 100 mil em receitas oriundas apenas do Spotify, que triplicou desde 2018.

Questionada sobre os valores dos repasses individuais por stream aos artistas, Alzuguir pondera que os contratos são confidenciais com cada um dos detentores de direito, e que eles, por sua vez, repassam para os artistas e compositores. Ela reforça, no entanto, que dois terços de toda a receita gerada pelo serviço são devolvidos para a indústria em forma de direitos.

Eduardo do Valle e Pedro Figueiredo/Rolling Stone