Saiba quais as sequelas provocadas pela Covid-19 em pacientes recuperados
Quando um paciente positivado para Covid-19 procura o hospital, na maioria das vezes, chega após dias difíceis em casa. O que parecia uma simples gripe evolui para dores e falta de ar. A dificuldade de respirar é um dos sintomas mais graves que pode surgir e mostra o avanço da doença no organismo. Mas da porta para dentro do hospital é onde a verdadeira batalha pela vida acontece e pode ter um preço alto para os pacientes.
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Os que conseguem vencer a doença passando pela UTI, podem carregar sequelas que precisarão de atenção pelo resto da vida. O médico epidemiologista e diretor técnico do Hospital de Gaspar, Ricardo Freitas, explica o impacto do tratamento para casos graves de Covid-19, aliado a força da doença.
“Essas pessoas que vão para a UTI ficam em média de 20 a 30 dias entubadas, o que é muito desgastante para a equipe médica e, principalmente para os pacientes. Há aqueles que passam mais de 30 dias entubados, dependendo da resposta do organismo, e até precisam fazer traqueostomia para poderem respirar habitual”.
A proporção de infectados pela doença que precisam de atendimento na UTI parece baixo, o que pode estimular algumas pessoas a se descuidarem das medidas de proteção. Além de ser um grande equívoco, já que a infecção atinge todas as idades e sexos, a decisão de não se proteger pode ter consequências graves e a pessoa acabar em uma cama hospitalar entubado e em coma induzido.
“Geralmente, os paciente que precisam ser entubados são sedados. Além do conforto à pessoa, já que é algo desagradável passar pelo processo de intubação, mantê-las em coma induzido facilita os cuidados médicos e ajudam no tratamento. Porém é um sofrimento para elas e seus familiares”, reforça Ricardo Freitas.
O sofrimento psicológico também é uma preocupação da equipe médica, uma vez que os pacientes precisam suportar um longo período de tratamento. Os impactos na saúde mental começam já a partir da confirmação da doença. Durante o tratamento na UTI, os pacientes ficam incomunicáveis e, quando não estão sedados, enfrentam uma rotina dura, sem poder sair da cama.
“É uma situação que exige muita força e que é muito desgastante para os pacientes, familiares e para nós da equipe médica . Por isso, se a gente pudesse evitar que isso acontecesse seria o ideal e é um motivo a mais para reforçar o uso das três medidas que funcionam: o distanciamento, o uso da máscara e a higienização das mãos”, finaliza.
Sequelas podem ser duradouras
Por ser uma doença ainda nova para a ciência, o impacto dela na saúde humana ainda é desconhecido. Pesquisas mais recentes revelam que cerca de 75% dos pacientes recuperados da Covid-19 apresentavam alterações estruturais no coração dois meses após a recuperação.
Além disso, já está claro que a capacidade respiratória também é afetada em pacientes que tiveram o quadro mais grave da doença. Por ser uma doença que causa inflamação pelo corpo, diversos órgãos podem ser afetados, aumentando o tempo necessário para a recuperação completa do paciente.
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