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Governo do Estado não se manifesta sobre a atuação da irmã de Jorginho na Celesc

Redação RWTV - Alto Vale


A coluna SC em Pauta trouxe mais detalhes do processo contra a irmã do governador Jorginho Mello (PL), Rosa Maria Melo Gazoni, e seu filho, Thiago Gazoni, que culminou na condenação de ambos e de um servidor por fraude na Celesc.
Depoimentos colhidos durante a investigação sobre contratos da estatal apontam falhas e tensão interna em processos de aquisição de materiais de informática, durante o período em que Rosa Maria chefiou a divisão administrativo-financeira da empresa na região de Joaçaba.
Segundo uma testemunha, somente durante um período de férias de Rosa foi feita uma compra seguindo o trâmite considerado regular: solicitação de três orçamentos em envelopes lacrados, entre eles o da Netcom, empresa de Thiago, convidada formalmente a apresentar proposta. Os documentos foram abertos no horário marcado, com a participação de Alex Gazoni, outro filho de Rosa, mas o empresário acabou derrotado no processo.
Uma testemunha relatou que, após a decisão, Rosa ligou irritada, usou palavras de baixo calão e insinuou que a servidora responsável pelo processo licitatório estaria atrapalhando. A gestão de Rosa teria durado cerca de um ano, período em que, segundo o relato, foram adquiridos vários computadores.
A testemunha explicou que compras acima de R$ 16 mil exigiam licitação e que caberia ao setor de informática avaliar a real necessidade dos equipamentos. Todos os computadores adquiridos no período, afirmou, foram comprados através da empresa de Thiago. Ela também destacou que, normalmente, pedidos de outros setores passavam pela área de compras, mas algumas operações não seguiram esse fluxo.
Em determinados momentos, Rosa teria feito aquisições diretamente, sem acionar o setor responsável, por meio de requisições ligadas ao setor de informática. Conforme o depoimento, na época não havia outras empresas atuando no fornecimento específico de computadores para a Celesc.
Outro trecho aponta que, fora a gestão de Rosa Maria Melo Gazoni, todas as compras — seja por licitação ou por aquisição direta — passavam pelo mesmo controle. No entanto, durante o período em que ela comandou a divisão, Thiago forneceu materiais de informática sem licitação prévia, por meio de compras diretas. Apesar da apresentação de três propostas e notas fiscais, a testemunha afirmou desconhecer quem elaborava os orçamentos ou de onde vinham as cotações.
A Netcom, empresa de Thiago, era nova no mercado e não participou das compras de informática da estatal antes da chegada de sua mãe, irmã do então deputado federal Jorginho Mello ao cargo. Após a saída dela, a fornecedora deixou de participar dos processos e não voltou a vender para a Celesc. A depoente também mencionou que Rosa costumava dar presentes a funcionários, mas não soube informar como essas aquisições eram feitas, ressaltando que tais compras não passavam por sua área.
Silêncio absoluto
O Governo do Estado tem se negado a se manifestar sobre assuntos sensíveis que desagradam o Centro Administrativo. Não houve manifestação sobre a condenação da irmã e do sobrinho de Jorginho Mello (PL) por fraude na Celesc, nem sobre a informação divulgada ontem, referente a uma empresa investigada por suposta ligação com milícia do Rio de Janeiro e que venceu o maior número de lotes para a construção de residências populares pelo programa Casa Catarina.
Marcelo Lula/ SC em Pauta

