Moisés oferece apoio na eleição por votos contra impeachment

Moisés oferece apoio na eleição por votos contra impeachment


O final do prazo legal para as convenções partidárias das eleições 2020 e a véspera da votação da autorização para abertura do processo de impeachment do governador Carlos Moisés (PSL) e da vice Daniela Reinehr (sem partido) fizeram da madrugada de quarta para quinta-feira uma das mais longas da história política de Santa Catarina. Com o governo em busca de apoio para barrar a continuidade do processo, o peso do apoio do PSL nas disputas pelas prefeituras de Joinville, Chapecó, Criciúma e Lages foi utilizado como possível moeda de troca para alcançar a marca de 14 votos contra o impeachment.

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Nos bastidores, as projeções indicam que Moisés pode contar com algo entre cinco e 11 votos contra a abertura do processo. Daniela, cuja autorização será votada antes, teria pouco mais que o governador, mas também menos dos que a marca de 14 entre 40 deputados, mínimo necessário para barrar o processo. Por isso, a quarta-feira foi marcada por uma ofensiva governista que avançou a madrugada.

As articulações foram comandadas pelo governador e pelo presidente estadual do PSL, deputado federal Fábio Schiochet. O principal movimento visa abrir uma dissidência na maior bancada partidária da Assembleia Legislativa, a do MDB, até agora considerada fechada com seus nove votos a favor do impeachment. Na tarde de quarta-feira, o PSL abriu mão da pré-candidatura do ex-deputado estadual Dalmo Claro a prefeito de Joinville e declarou apoio ao deputado estadual Fernando Krelling (MDB) – sem participação na chapa majoritária.

O candidato emedebista, que anunciou Rosane Bonessi na vaga de vice, negou que o apoio esteja atrelado à votação do impeachment. Na Casa d’Agronômica, no entanto, Krelling é considerado peça fundamental para impedir a unanimidade no MDB e facilitar a adesão de outros deputados do partido, como Jerry Comper. A bancada do MDB se reúne no final da manhã para firmar a posição pelo impeachment e a expectativa ainda é pela votação em bloco, mesmo com as investidas palacianas.

O segundo alvo das articulações do governo estadual é o senador Jorginho Mello, presidente estadual do PL. O partido tem quatro deputados e tem sido considerado até agora fechado a favor do impeachment, especialmente pela postura oposicionista de Ivan Naatz e Maurício Eskudlark – ambos autores de pedidos de impeachment contra Moisés.

Na noite de quarta-feira, o PSL desistiu da candidatura a prefeito de Alisson Pires em Criciúma, apoiando Júlia Zanatta, do PL. Embora a articulação tenha se dado localmente, o governo inclui o gesto a conta da aproximação com Jorginho na expectativa de conquistar pelo menos três dos quatro votos do partido. O movimento mais incisivo, no entanto, aconteceu em Lages, onde Schiochet tentava até o início da madrugada que o candidato pesselista Lucas Neves abrisse mão da cabeça-de-chapa para apoiar a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania), aliada de Jorginho. Até a manhã desta quinta-feira, no entanto, Neves manteve a candidatura – e Carmen fechou com o vereador Samuel Ramos (DEM) como vice.

A costura mais dramática aconteceu em Chapecó. Em nome do voto do deputado estadual Altair Silva (PP) contra o impeachment, o PSL estadual destituiu o prefeito chapecoense Luciano Buligon da presidência municipal do partido. A lógica é impedir o apoio da sigla a Leonardo Granzotto (Patriota) e fazê-la aderir à candidatura do ex-prefeito e ex-deputado federal João Rodrigues (PSD), aliado do PP de Altair Silva. De todas as articulações palacianas da quarta-feira, essa foi a mais efetiva até o momento.



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