‘Milei não discrimina estudantes brasileiros’, defende embaixador na Argentina
Relatos de estudantes brasileiros barrados na Argentina causaram polêmica nas redes sociais. Em resposta, o embaixador brasileiro no país, Júlio Bitelli, afirmou à Folha de S. Paulo que o governo de Javier Milei não discrimina brasileiros.
A Direção Nacional de Migrações em Buenos Aires informou que 38 pessoas foram impedidas de ingressar na Argentina desde 1° de janeiro.
Ao chegar no aeroporto, os viajantes foram enquadrados como “falsos turistas” e mandados de volta para o Brasil.
O motivo seria a documentação incorreta. Turistas brasileiros podem entrar sem visto e ficar no país até 90 dias, prorrogáveis por mais 90. Para os estudantes, porém, é preciso apresentar visto de estudante.
Os estudantes afetados alegam ter apresentado matrícula universitária, comprovante de hospedagem e documentos de identificação, mas acabaram enquadrados como “falsos turistas”.
Para entrar na Argentina como turista, é necessário comprovar o propósito de lazer da viagem.
A migração pode pedir documentos como passagem de ida e volta, demonstração de dinheiro em cartão de crédito e reserva de hospedagem.
O diplomata Júlio Bitelli argumenta que a política migratória não mudou. É possível haver apenas uma aplicação mais rígida da norma. Por mais que os postos de migração pareçam mais exigentes, não houve aumento na interdição de brasileiros.
“O que não dá é para ser meio turista, meio estudante. Você pode, pelas leis e pelas regras do Mercosul, entrar como turista e mudar o status depois. Mas você tem que ter entrado no país cumprindo os requisitos para entrar como turista, como passagem de volta”, explicou o embaixador à Folha.
A proposta de Milei
O presidente Javier Milei já manifestou sua intenção de restringir a entrada de alunos de outros países em instituições argentinas.
Uma de suas propostas econômicas inclui a imposição de taxas aos estrangeiros que usufruem da gratuidade nas universidades da Argentina.
A cobrança seria exigida aos estudantes com residência temporária, que optaram por estudar na Argentina, mas que pretendem retornar ao país de origem.
Caberia a cada instituição determinar o montante da taxa e decidir se vai impor ou não a cobrança.
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