História de agricultor revela drama de pacientes renais no Alto Vale

História de agricultor revela drama de pacientes renais no Alto Vale


O agricultor Fernando Stupp, 30, deveria estar em casa, em Aurora, no Alto Vale do Itajaí, tratando a doença renal que enfrenta, mas a falta de vagas na Renal Vida de Rio do Sul, cidade ao lado da dele, fez o homem precisar se internar em Blumenau, a 110 quilômetros de distância. A alta demanda no Alto Vale tem feito outros pacientes passarem o mesmo que ele.

Fernando fez um transplante de rins, mas desde julho o corpo dele está rejeitando o órgão. Sem vagas na Renal Vida de Rio do Sul, onde poderia ir diariamente fazer o tratamento, foi transferido para o Hospital Santa Isabel de Blumenau há quase um mês. A mãe dele dorme na cadeira ao lado da cama, em uma situação que poderia ser evitada, acredita o paciente:

Eu acho um absurdo, o governo deveria olhar um pouquinho mais para isso — lamenta.

A Associação Renal Vida de Rio do Sul tem espaço para 70 pacientes, mas atende atualmente 170. São pessoas de todos os 28 municípios do Alto Vale e fora da região. “Devido ao aumento progressivo do número de pacientes, há pelo menos sete anos alerta-se sobre a possibilidade de faltar vagas, e planos de ação foram iniciados”, disse em nota a instituição.

Enquanto isso, pacientes são encaminhados pelo governo do Estado a outras unidades da Renal Vida. Porém, quando elas não conseguem absorver a demanda, os moradores são levados a hospitais de Itajaí, Rio do Sul e Blumenau. Segundo a Renal Vida do Alto Vale, três pacientes internados aguardam vagas e pelo menos outros cinco estão prestes a necessitar de hemodiálise.

Já 30 pacientes acompanhados e monitorados em ambulatório estão em fase avançada da doença e em preparo pré-diálise. Essas pessoas terão que se deslocar para outra cidade três vezes por semana para realizar diálise. Cada sessão dura de três a quatro horas.

Para o médico Leonardo Ribeiro, nefrologista da Renal Vida, essas transferências geram transtornos não só de logística, mas emocionais e até riscos de infecção aos pacientes. Isso sem contar a sobrecarga nos leitos dos hospitais.

A prefeitura de Rio do Sul também acompanha a situação. Na cidade, o atual prédio da Renal Vida divide espaço com a policlínica e a Secretaria Municipal de Saúde. O projeto da prefeitura e da associação é que uma nova sede da policlínica seja construída e que a Saúde vá para o prédio do fórum antigo, que passa por reforma.

Como o processo disso tudo é lento, a prefeitura procura um espaço para alugar e fazer a mudança da policlínica o quanto antes. Enquanto o cenário não muda, pacientes precisarão buscar tratamento longe de casa. O governo garante, porém, que ninguém ficará sem atendimento.

Com Informações – Bianca Bertoli/NSCTotal



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