Filho diz à polícia que planejou morte dos pais porque era tratado como ‘mero empregado’ por eles

Filho diz à polícia que planejou morte dos pais porque era tratado como ‘mero empregado’ por eles


O homem de 18 anos investigado por planejar a morte dos próprios pais em Indaial, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, disse à Polícia Civil que cometeu os crimes porque os dois não o tratavam como filho, mas como mero funcionário. Ele trabalhava na empresa do pai.

Conforme a investigação, na madrugada de segunda-feira (29), ele e um amigo atacaram as vítimas com golpes de faca. O pai, Márcio Elizeu Melo, um empresário de 45 anos, morreu. A mãe, de 39 anos, sobreviveu e seguia no hospital até 15h45 desta sexta (2), de acordo com a Polícia Civil.

O filho e o amigo foram presos. Nenhum dos dois tinha antecedentes criminais. Eles estão presos temporariamente no Presídio Regional de Indaial.

Motivação

O filho, que morava com os pais, confessou o crime à polícia na quinta (1º), informou o delegado Filipe Martins, responsável pelo caso.

 

“Ele trabalhava na empresa do pai. Não gostava de trabalhar, de estudar. Disse que o pai era bastante rígido. Segundo ele [filho], os pais não o tratavam como filho, mas como mero funcionário, como mero empregado, que, para ele, eles não seriam pais. Isso foi criando uma revolta. Foi a partir daí que ele decidiu, nas palavras dele, ‘eliminá-los'”, disse o delegado.

 

Como aconteceu o crime

 

Os crimes aconteceram na madrugada de segunda, perto de 1h, conforme o delegado. O filho estava em casa e foi para a casa do amigo suspeito. Antes, deixou a janela do quarto dos hóspedes, onde não há câmeras, aberta.

Na casa do amigo, ele troca de roupa. Os dois, então, voltam para a residência dos pais e entram pela janela deixada aberta. Segundo o delegado, o planejado é que as vítimas seriam mortas enquanto estavam dormindo.

Porém, houve um erro que alterou a dinâmica dos acontecimentos. “Ele [filho] deixa cair uma faca no meio do caminho, ele comete um erro. Vai e entra na sala. Nessa sala tem câmera. Passa pela sala, pela cozinha, pega uma faca e volta para o quarto dos pais”, relatou o delegado.

Foi nesse momento que ele foi flagrado por uma câmera (vídeo no início da reportagem). Familiares e o próprio filho confirmam que é ele nas imagens.

Com isso, o pai ouviu o barulho e acordou. Em seguida, ele é atacado pelo amigo. A mãe acorda e é atacada pelo filho e, depois, pelo amigo. De acordo com o delegado, os autores saem da casa acreditando que as duas vítimas haviam morrido.

Os suspeitos vão para a casa do amigo. Ele se comprometeu a colocar fogo nas roupas e facas. Segundo o delegado, esses objetos não foram encontrados para apreensão.

Planejamento

O crime foi planejado há cerca de dois meses. O amigo seria pago com uma quantia em dinheiro e um carro Montana, que era da família.

“O plano era que executassem o crime e, depois do crime, eles iriam servir um como álibi do outro”, disse o delegado. Dessa forma, o amigo falaria que o filho estava na casa dele, e não na residência dos pais, na hora dos assassinatos e vice-versa. A namorada do amigo também diria que o filho estava na casa dele.

Porém, durante a investigação, em que foram ouvidas 15 pessoas e analisadas imagens de câmeras de segurança, a polícia verificou que as versões do filho e do amigo não batiam.

“Chegou num ponto que o amigo não aguentou a quantidade de mentiras, resolveu falar. Contou que tinha recebido a proposta”, disse o delegado. Ele não confessa que estava na cena do crime, mas que recebeu a oferta para cometer o assassinato.

“O filho confirma os dois executores. Agora as narrativa deles, apesar de algumas divergências, convergem”, declarou o delegado.

Além da polícia, o filho também confessou o crime a um familiar, cuja identidade não foi divulgada pela investigação. Os assassinatos foram planejados de forma a não aparecem nas câmeras, o que não ocorreu na prática por conta da faca que caiu da mãe do suspeito.

O delegado afirmou que o inquérito deve terminar nos próximos dias. A investigação aguarda o resultado da perícia do local do crime, necropsia do pai e exame de corpo de delito da mãe.

Fonte: G1 SC


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