Fechamento da barragem de José Boiteux foi realizado por vereador de Blumenau e não por equipe técnica da Defesa Civil

Fechamento da barragem de José Boiteux foi realizado por vereador de Blumenau e não por equipe técnica da Defesa Civil


O empresário e vereador de Blumenau, Carlos Wagner (União Brasil), afirmou que, 92 dias antes das chuvas em Santa Catarina, avisou às Defesa Civil sobre um problema no maquinário da barragem de José Boiteux, mas não foi ouvido, e tirou cerca de R$ 60 mil do bolso para poder fechá-la e abri-la. A declaração foi feita durante uma entrevista com Alexandre Gonçalves, jornalista do Informe Blumenau.

“Exatamente 92 dias antes de acontecer a enchente, eu já estava avisando que, em 100 dias, teríamos problemas [com a barragem]. Eu não sou o especialista, mas a gente sabe ler, se você acompanha a internet, vê que tinha várias previsões de que iria chover muito. Tanto que eu falei 100 dias antes e deu 92. Isso me preocupou muito porque toda a Defesa Civil, a nível de Estado e de municípios, todos estavam dizendo que tinha problema e que não tinha uma bomba hidráulica manual para controlar a situação.”

Conhecido como Alemão da Alumetal, ele relatou que passa por enchentes em Blumenau desde 1977, e acompanha a situação das barragens de perto desde antes de ser vereador. Ele mencionou ainda uma licitação feita em dezembro para manutenção da barragem de José Boiteux, que aparenta estar com problemas nas comportas. No entanto, segundo ele, a licitação foi cancelada e será arrumada em 2024.

“Eu então entrei em contato com muitos empresários e avisei: gente, isso vai dar problema. Eu sugeri para nós comprarmos uma bomba dessa e doar para José Boiteux. Essa mesma proposta fiz para o Secretário da Defesa Civil de Blumenau. Ele disse que não era pra tocar nesse assunto porque isso era coisa de doido, que isso aí não funciona e tá tudo depredado. Se o Secretário do nosso município já me diz isso, imagina o do estado. Então eu avisei: ‘gente, vai dar problema’”.

Ainda durante a entrevista, ele afirmou que não teve mobilização das autoridades e resolveu retirar o maquinário de sua empresa, em Blumenau, para que não sofresse tantos prejuízos: “eu comecei a arrumar carretas para tirar os equipamentos da minha empresa, comecei a me virar porque sabia que ia tudo por água abaixo”.

No entanto, na sexta-feira antes do início das enchentes (6), ele afirma que o convidaram para uma reunião na FIESC para perguntar o que estava acontecendo e se havia alguma solução possível.

Eles perguntaram se tinha salvação e eu disse que a solução era fechar a barragem. Tínhamos chance de fechar ela e eu recebi um aval. Então eu e minha equipe fomos lá e fechamos, deu tudo certo. Eu perguntei quanto era preciso para ligar o motor [hidráulico manual], me passaram o valor e me foi informado que era 500 reais a hora para manter o equipamento ligado. Foi R$ 5 mil para ligar e R$ 18,5 mil para manter. Eu e a Alumetal. Deu certo, quebrei o paradigma do governo.

Ele afirmou que o valor movimentado para abrir e fechar a barragem foi em torno de R$ 60 mil. E ainda frisou que a Defesa Civil do Estado, na época, dizia que a operação não iria funcionar e que tudo estava parado na barragem.

Em entrevista ao SCC SBT, o vereador afirmou que quem lhe deu o aval para agir na barragem foi o próprio Governador Jorginho Mello.

Defesa Civil fala que não seria uma operação fácil

Também em entrevista com o SCC SBT, a Defesa Civil de Santa Catarina afirmou que não era uma operação fácil, pois havia problemas técnicos. “Ele tinha os meios necessários e foi feita a operação, que foi bastante complexa. A realidade é que as barragens existem para isso, o trabalho foi feito e agora é seguir em frente”.

Fonte: SCC10



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