Elevação do nível do mar pode provocar desaparecimento de cidades no Vale do Itajaí

Elevação do nível do mar pode provocar desaparecimento de cidades no Vale do Itajaí


Verões mais quentes, invernos mais frios, chuvas mais intensas e desastres ambientais mais frequentes. Dia após dia, as projeções científicas sobre o futuro do planeta ficam mais perceptíveis aos olhos de todos. Mesmo em cidades como Blumenau, distantes da paisagem cosmopolita de arranha-céus e grandes nuvens de fumaça de escapamento nas ruas, os efeitos desse desequilíbrio ambiental podem ser sentidos. Com informações, Portal OCP News.

A destruição deixada pela passagem do recente ciclone pelo Sul do Brasil é apenas um exemplo. Pesquisas científicas apontam que os efeitos das mudanças climáticas no Vale do Itajaí podem causar uma elevação do nível do mar em até 1 metro nas próximas décadas. Isso significa que algumas cidades correm o risco de ser inundadas, territórios inteiros engolidos pelas águas, caso não sejam adotadas medidas urgentes de prevenção.

“Tudo está conectado com tudo e nada está inteiramente isolado. E as mudanças climáticas e seus efeitos constituem grandes desafios da contemporaneidade”, analisa o geólogo Juarês Aumond, doutor em Engenharia Civil e professor da pós-graduação em Desenvolvimento Regional da Universidade Regional de Blumenau (Furb).

As previsões sobre as mudanças climáticas no Vale do Itajaí envolvem um cenário de transformações profundas, incluindo o desaparecimento de algumas cidades litorâneas. Com base em imagens de satélite e mapas, os dados fazem parte da pesquisa desenvolvida por Aumond com a doutoranda Alessandra Hodecker Dietrich.

Hoje, já é possível ver consequências em cidades como Balneário Camboriú e Itajaí, com as constantes invasões do mar nas vias principais dos municípios. Projeções para os próximos 70 anos mostram que muitos locais hoje habitados e parte das cidades serão tomados pela água. Essa variação no nível do mar trará nos próximos anos a erosão e o alagamento de áreas de terra firme, prejudicando pessoas que vivem nas zonas costeiras. Em alguns casos, a população precisará migrar para regiões mais interioranas do continente.

“O mar está propício para retomar sua posse gradativamente nos próximos anos, gerando riscos para a população. Futuramente, essas regiões sofrerão com o aumento do nível do mar, haverá um grande número de desabrigados e desastres”, adverte o professor.

Medidas para minimizar os impactos

Todos estes problemas, garante o geógrafo, não são exclusividade do Brasil. No mundo todo tem se visto as consequências destas mudanças, como os incêndios no último ano na Califórnia (EUA) e na Austrália. Para ele, poucos países, como a Alemanha e, em partes, a França, têm se preocupado com o clima, ao contrário da China, Estados Unidos e outras grandes nações. “Lógico que isso não nos omite de nossas obrigações. Por mais pequenas que sejam [as obrigações], nós deveríamos estar fazendo”, defende o professor.

Entre as atitudes que podem ser tomadas no dia a dia, Aumond lista a atuação de medidas contra o desmatamento, revegetar áreas de vazios urbanos, eliminar, ao máximo, os resíduos domésticos, reciclar os resíduos que vão para aterros, diminuir a utilização de veículos individuais e exigir dos governos políticas públicas adequadas.

*Matéria produzida pelos alunos do curso de jornalismo da Furb



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