“Cenário grave”: bombeiros de SC relatam a situação do combate aos incêndios do Pantanal
Cerca de 20 bombeiros do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) completam uma semana de atuação no combate aos incêndios no Pantanal, no Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira (4). Segundo uma pesquisa divulgada recentemente pela rede MapBiomas, o bioma é um dos mais afetados por queimadas ao longo dos últimos 39 anos. Foram 9 milhões de hectares, o que representa 59,2% do território que abrange os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O capitão da corporação catarinense, Ricardo Bianchi, informou que o cenário era “bastante grave” quando as equipes chegaram ao local na última quarta-feira (28).
— Quando chegamos, iniciando as nossas atividades, nos deparamos com um cenário bastante grave, com muitos focos numa área bastante extensa. Separando as nossas equipes, conseguimos conter os incêndios com o apoio do pessoal local também — conta.
A equipe foi enviada ao Mato Grosso do Sul por determinação do governador Jorginho Mello (PL). A previsão é de que os bombeiros permaneçam no local por 15 dias, podendo ocorrer um revezamento caso necessário.
No Pantanal, uma das maiores áreas úmidas contínuas da Terra, apenas nos primeiros seis dias de agosto foram registrados 1.899 focos de calor. O número supera a média histórica mensal de 1.478 focos (1998-2023).
O trabalho dos bombeiros de SC no Pantanal
De acordo com o CBMSC, os trabalhos de controle do fogo ocorrem do fim do dia até a madrugada. No período da manhã, é feito o reconhecimento dos resultados do trabalho feito na noite anterior. No primeiro dia de atuação, foram mais de 10 horas de combate direto às chamas. Devido às características da região e do bioma, a operação exige um trabalho conjunto entre os órgãos.
— É uma operação bastante complexa, na qual dispomos de uma estrutura bem organizada, com diferentes atores: Exército, Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina apoiando nesta localidade, o Corpo de Bombeiros Militar do MS também, aviões do Ibama, todos unidos nesta grande operação — afirma o capitão da equipe, Ricardo Bianchi.
Para o controle das chamas, são aplicadas técnicas que incluem ataque direto e indireto. No ataque direto, são usados equipamentos como sopradores e abafadores, e o combatente atua diretamente nas chamas. No combate indireto, é feita a eliminação do material combustível para que as chamas não se propaguem.
Além dos bombeiros, o grupo conta com seis caminhonetes 4×4 e equipamentos especializados, como motobombas com reservatório de água, abafadores, sopradores, rádios de comunicação e retardantes químicos.
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