‘Cena de terror’: enfermeiro de Joinville relembra cenário ao chegar ao deslizamento na BR-376

A equipe dos bombeiros voluntários de Joinville foi uma das primeiras a chegar à área atingida
‘Cena de terror’: enfermeiro de Joinville relembra cenário ao chegar ao deslizamento na BR-376


“Cena de catástrofe, de terror”. É assim que o enfermeiro Carlos Dresch resume o que viu ao chegar ao local do deslizamento na BR-376, em Guaratuba, na noite de segunda-feira (28).

A equipe dos bombeiros voluntários de Joinville, no Norte de Santa Catarina, foi uma das primeiras a chegar à área atingida pelo deslizamento da encosta, ainda sem saber direito do que se tratava.

“É dificultosa a comunicação no local, então a gente não sabia a real amplitude dessa ocorrência. Quando nos deparamos com aquela imensidão a gente se assustou bastante. Demos aquela freada na adrenalina para pensar e criar estratégias”, relembra.

Na área do deslizamento, no km 669 da rodovia, a equipe de Joinville se deparou com muita lama, entulhos e árvores, chuva e escuridão. “Era um ambiente hostil, muito inseguro”, complementa o enfermeiro.

Carlos e os demais integrantes da equipe fizeram uma varredura no local, inclusive descendo o barranco para onde os veículos foram arrastados. Foi depois de algumas horas de buscas que ouviram uma voz vindo de um dos caminhões atingidos pela onda de lama.

“Chamamos novamente e o caminhoneiro começou a bater na lata da cabine. Ficamos mais alertas, acionamos ele para fazer mais barulho por mais dificultoso que fosse, então conseguimos chegar mais perto e efetuar com êxito a retirada dele do caminhão”, conta Carlos.

O caminhoneiro era José Altair, de 43 anos, que viralizou depois que um vídeo feito por ele dentro do caminhão ganhou a internet. Ainda assustado após o deslizamento, ele registrou o que estava passando: “estou vivo, mas estou no meio da terra, no cantinho do que sobrou do caminhão”.

Carlos conta que o caminhoneiro estava fraco, já que caiu de uma altura de cerca de 70 metros dentro do caminhão, que estava cercado de ferragem e lama. “Ele estava bem transtornado. Parece que não sabia o que realmente tinha acontecido. Talvez não entendia que conseguiu ser resgatado. Tinha esperança, mas era mínima”, fala Carlos.

Após resgatar o caminhoneiro, a equipe de Joinville ainda fez mais buscas pela área. “Mas acabamos não encontrando mais ninguém com vida”. Com a chuva aumentando e o risco de novos deslizamentos, a equipe voltou para a base após oito horas no local.

 

Juliane Guerreiro/ND+



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