Candidatos à Presidência devem reforçar debate religioso nas campanhas

Candidatos à Presidência devem reforçar debate religioso nas campanhas


O debate religioso na campanha eleitoral é incontrolável, avaliou o antropólogo e especialista em religião Juliano Spyer. Em entrevista ao Agenda do Poder desta segunda-feira (22), o especialista ressaltou o avanço de uma agenda política mais religiosa entre os candidatos à presidência da República, principalmente na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), para disputar os votos dos eleitores evangélicos.

“A igreja é um espaço, dentro dessa história das religiões cristãs, mas mais recente das evangélicas, que você vai para ter um nome, porque em geral você está só de uniforme e é chamado pela sua profissão. É um lugar para você ter voz, ajuda e encontro com o divino. E esse lugar está se tornando parte da política”, disse Spyer. Ele considera que a campanha petista tem dificuldade de entrar no debate.

Isso porque, antigamente, o PT se sustentava em três bases: igreja, sindicalismo e universidade. Hoje, a sigla está fundamentalmente na universidade, um espaço que, segundo o antropólogo, é pouco acolhedor às religiões em geral. Com isso, o partido acabou se tornando de intelectuais, dentro de um país fundamentalmente religioso, o que aponta para uma limitação na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Spyer diz que as pesquisas eleitorais atuais apontam que 20% a 30% dos evangélicos pretende votar em Lula, ante 50% que afirmam apoio a Bolsonaro. Ele ressalta, no entanto, que, ao mesmo tempo que o petista leva desvantagem na intenção de votos do grupo, o tom da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, durante as campanhas pode afastar uma parte do eleitorado católico.

Apesar de não ser novo entre os fiéis, a discussão de política acaba sendo combustível para gerar atrito nos templos e, consequentemente, levar a um desgaste da imagem de políticos que estão dentro dos locais religiosos. 

“Vimos recentemente números de aumento de desigrejados, ou seja, pessoas que se consideram cristãs, mas não vão à igreja, o que acontece particularmente entre jovens. Esse é o preço pago pelos templos terem entrado nas campanhas da maneira que entraram. Porque um espaço que é de tranquilidade, onde as pessoas se tratam como irmãos e irmãs, virou um lugar que a política está muito presente, criando uma situação de tumulto entre os frequentaores”, analisou Spyer.



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